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quarta-feira, 5 de março de 2014

Weber e os estudos históricos

Em A fascinação weberiana, livro publicado em junho de 2013, Sérgio da Mata nos oferece um texto primoroso sobre a trajetória de Max Weber até a publicação de seu livro A ética protestante e o espírito do capitalismo, contribuindo para o estudo das origens da obra de Weber, seus debates e problematizações iniciais, leituras e interpretações, revelando-nos seus processos de produção em seu contexto sociocultural. Além disso, o livro também oferece hipóteses interessantes sobre a recepção da obra de Weber no Brasil, identificando algumas das razões que levaram a uma apropriação tão restrita de seus estudos, especialmente, pela ampla recepção que o movimento dos Annales teve entre nós e as críticas que Fernand Braudel fez desde os anos 1930, quando lecionava na USP, sobre a obra de Weber.

O tempo dos historiadores

Foi lançado no final de 2013 o livro O tempo dos historiadores de José d'Assunção Barros pela editora Vozes. O livro apresenta desde uma consistente problematização sobre o conceito de tempo e de tempo histórico, até uma análise panorâmica sobre os debates em torno da questão na história da historiografia e entre historiadores, filósofos e romancistas dos séculos XIX e XX. O texto é voltado para o iniciante, mas pode ser muito proveitoso também para o estudioso.

sábado, 1 de março de 2014

A teoria da história de Karl Marx

No final de 2013 foi lançado o livro "A teoria da história de Karl Marx", de Gerald Cohen, no qual o autor faz uma defesa do materialismo histórico de Marx. O livro foi lançado pela editora da Unicamp e prossegue sua iniciativa bem sucedida de traduzir textos clássicos e recentes sobre o pensamento marxiano e marxista, com vistas a repensar a teoria, os procedimentos e os "dogmas" criados sobre e pelo(s) marxismo(s)ao longo do século passado. Vale ainda como indicação de leitura o texto "Sobre a estrutura lógica do conceito de capital em Karl Marx", também lançado no final de 2013, de autoria de Helmut Reichelt.

O terceiro volume da coleção: "Os historiadores clássicos da história"

No início de 2014 foi lançado o terceiro volume da coleção "Os historiadores clássicos da história", organizado por Maurício Parada. O volume mantém a mesma característica dos anteriores, procurando apresentar as ideias e obras centrais de cada autor selecionado, esmiuçando suas investigações e análises sobre a História e sua escrita. Nesse volume o leitor poderá encontrar análises instigantes sobre as figuras de Paul Ricoeur, Jean-Pierre Vernant, Alfredo Julien, Eric Hobsbawm, Georges Duby, Reinhart Koselleck, Jacques Le Goff, Marc Ferro, François Furet, Hayden White, Pierre Nora, Peter Burke, Carlo Guinzburg, Robert Darnton e Roger Chartier.

O Brasil sendo lido por intermédio da coleção Brasiliana

A iniciativa de Eliana de Freitas Dutra de organizar a coletânea O Brasil em dois tempos: história, pensamento social e tempo presente deve ser muito bem saudada pelos estudiosos e interessados na história do Brasil e na historiografia brasileira. E por várias razões. Primeiro, pela preocupação em mostrar a importância da coleção Brasiliana para a constituição do pensamento social brasileiro e para o entendimento da história do Brasil pelos brasileiros. Segundo, por procurar rastrear o momento histórico em que se deu a iniciativa, quais os textos publicados e quem foram seus autores. Terceiro, por visar inquirir quais os entendimentos que os letrados do período faziam da história, da identidade e da política brasileira. Quarto, pelo cuidado com que mostraram a diversidade de abordagens que se aglutinavam no interior daquela iniciativa editorial, ao longo dos anos 1930 a 1960. E, igualmente, por procurarem relacionar passado e presente, a escrita da história do período com os avanços dos estudos históricos atuais.

Novo título da coleção História e Historiografia

No final de 2013 a editora Autêntica lançou o décimo número da coleção História e Historiografia, em tradução impecável oferecida por René Gertz e com uma cuidadosa revisão técnica efetuada por Sérgio da Mata, do verbete O conceito de História, aqui traduzido na íntegra e que teve em Reinhart Koselleck um de seus principais proponentes para o dicionário Geschichtliche Grundbegriffe, que se tornou uma referência não apenas na Alemanha, onde foi publicado em vários volumes, mas também no restante da Europa e das Américas, onde tem instigado iniciativas similares. Foi igualmente nesta iniciativa pioneira que a história dos conceitos passava a enveredar consistentemente para o campo da pesquisa histórica. Seguindo a premissa de traçar o surgimento e o desenvolvimento do conceito de História desde a Antiguidade Clássica, Koselleck e os outros autores do verbete, nos levam a uma viagem instigante sobre os domínios da história, seus debates e definições, procedimentos e periodizações.

Arte e política na História

Em fevereiro de 2014 a Companhia das Letras lançou dois livros instigantes para se pensar a arte e a política na História. O primeiro de Carlo Ginzburg, Medo, reverência, terror: quatro ensaios de iconografia política, demonstra como representações artísticas e imaginário político se mesclam na História, definindo no limite nossos modos de agir e pensar a sociedade e o mundo. Enquanto o segundo de Tzvetan Todorov, Goya à sombra das Luzes, indica-nos como a trajetória de Goya pode iluminar melhor o conhecimento que temos sobre a Ilustração, a democracia e a sociedade. Os dois textos são muito sugestivos para pensarmos a sociedade e os homens nesse início de século XXI.