Aviso*

*Site melhor visualizado nos navegadores Chrome e Firefox.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Nova história em perspectiva, volume 2

Em outubro/13 estará disponível o volume dois da antologia organizada por Rogerio Forastieri da Silva e Fernando Novais sobre a nova história. O livro, Nova história em perspectiva (v.2), sai pela mesma editora e conta com 21 textos que fazem balanços sobre o movimento - com parte deles ainda inéditos em português. Interessante notar que esse volume de balanços e críticas está ainda mais alentado que o primeiro (que saiu com mais de 500 páginas) e conta com mais de 700 páginas. Além desse título também estará disponível em outubro pela Cosac Naify o terceiro volume de O pensamento alemão no século XX.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

A vingança dos acontecimentos sobre a história estrutural?

O novo livro de François Dosse traduzido pela editora Unesp, Renascimento do acontecimento, poderia ser sintetizado como "a vingança dos acontecimentos sobre a história estrutural", ou mais precisamente, o retorno implacável dos indivíduos, que com suas ações também moldam inevitavelmente as estruturas. Nesse aspecto, não temos simplesmente a ida para um outro extremo, isto é, se antes prevaleciam as análises estruturais que congelavam as dinâmicas humanas e sociais no tempo, ter-se-ia simplesmente passado para a ação dos indivíduos impregnadas entre os acontecimentos e que viriam a moldar todas as estruturas socioculturais da sociedade. Muito mais preocupado em averiguar a história da historiografia e os altos e baixos da história dos acontecimentos e de seu uso na interpretação dos historiadores, Dosse nos mostra como o acontecimento ressurge como paradigma digno de estudo na história contemporânea e na prática de pesquisa dos historiadores. Nesse ponto, sua meta é mostrar as tensões entre acontecimento e estrutura, homens e sociedade, curta e longa duração, mudança e permanência no tempo. Referência: DOSSE, F. Renascimento do acontecimento. SP: Editora UNESP, 2013.

As origens do Brasil

Em Espada, cobiça e fé, publicado em meados de 2012 pela Civilização Brasileira, Francisco Weffort sintetiza as origens do Brasil, por meio da análise destas três palavras. Evidentemente, o cunho privado e aventureiro do processo de colonização da América Portuguesa transparece plenamente, ao autor evocar a análise do uso intenso da força simbolizada pela "espada", em função da "cobiça" pessoal dos colonizadores, e que obviamente era permeada pela "fé" atribuída aos fiéis e sob os resguardos dos párocos que para cá vieram ao longo dos séculos XVI e XVIII. Semelhante aos "grandes" ensaios de interpretação da sociedade brasileira publicados nos anos 1930, o livro de Weffort traz toda força analítica e ousadia interpretativa que esse tipo de texto permite, mas ao fim da leitura o leitor curioso poderia se perguntar: em que medida não se estaria entre o atual e o inatual ao se evocar esse tipo de estratégia discursiva para inquirir e analisar a história da sociedade brasileira? Referência: WEFFORT, F. Espada, cobiça e fé: as origens do Brasil. RJ: Civilização Brasileira, 2012.

A história como ofício

Foi publicado no mês passado pela editora FGV A História como ofício: a constituição de um campo disciplinar, novo livro de Marieta de Moraes Ferreira, no qual nos apresenta uma história dos cursos de Geografia e História do estado do Rio de Janeiro, entre os anos de 1930 e 1960, tendo por base os cursos da Universidade do Distrito Federal (extinta no início de 1939) e da Universidade do Brasil (atual UFRJ). O livro está dividido em três partes. Na primeira a autora analisa a estrutura organizacional dos cursos e suas mudanças curriculares, apontando as aproximações e as diferenças entre o projeto da UDF e da FNFi da UB. Na segunda parte aborda a importância das missões francesas para os cursos do Rio de Janeiro e estuda as trajetórias de Henri Hauser, Delgado de Carvalho e Luiz Camillo. E na terceira a autora nos brinda com 14 entrevistas que foi fazendo ao longo da pesquisa, onde comparecem: Vicente Tapajós, Borges Hermida, Erenildo Viana, Maria Yedda Linhares, Eulália Lobo, Cybelle de Ipanema, Francisco Falcon, Miridan Britto Falci, Clóvis Dottori, Neyde Theml, Pedro Celso Uchoa Cavalcanti, Ilmar Rohloff de Mattos, Arno Wehling e Nara Saletto. De mais a mais, a pesquisa ganha ao ser lida junto com o livro Os caminhos (da escrita) da história e os descaminhos de seu ensino, publicado pela Editora Appris em 2012, por tratar-se de uma análise do curso de Geografia e História da FFCL/USP entre os anos 1930 e 1960. Em ambos os casos, apresenta-se um pouco da história de nossos cursos universitários de Geografia e História no momento em que a História estava se constituindo como ofício, isto é, como um campo disciplinar autônomo em nosso país, o que nos permite verificar como foram formadas as primeiras gerações de licenciados e de bacharéis, e como passou a ser o trabalho dos historiadores profissionais no Brasil. Referências: FERREIRA, M. M. A História como ofício: a constituição de um campo disciplinar. RJ: FGV, 2013. ROIZ, D. S. Os caminhos (da escrita) da história e os descaminhos de seu ensino. Curitiba/PR: Appris, 2012.

A constituição da História como ciência entre os séculos XIX e XX

Acaba de sair pela editora Vozes o livro A constituição da História como ciência: de Ranke a Braudel, organizado por Julio Bentivoglio e Marcos Antonio Lopes. No volume são apresentados dez historiadores que marcaram o processo de constituição e consolidação dos estudos históricos modernos. São eles: Leopold von Ranke, Jules Michelet, Jacob Burckhardt, Henri Pirenne, Benedetto Croce, Johan Huizinga, Lucien Febvre, Marc Bloch, Arnold Toynbee e Fernand Braudel. Os textos tem um perfil didático ao apresentar autor e obra, principais conceitos utilizados, temas recorrentes na produção de cada autor e sua contribuição para a constituição da História como ciência no Ocidente entre os séculos XIX e XX. Referência: BENTIVOGLIO, J.; LOPES, M. A. (org.) A constituição da História como ciência: de Ranke a Braudel. RJ: Vozes, 2013.

Tempos Fraturados

Tempos fraturados: cultura e sociedade no século XX, foi o último livro de Eric Hobsbawm, acabado poucos meses antes dele falecer em 2012. Sua publicação pela companhia das letras no mês passado é uma ótima oportunidade para pensarmos o itinerário de um dos maiores historiadores do século XX, ao lado de Lucien Febvre, Marc Bloch, Fernand Braudel, E. P. Thompson, e outros. Mantendo, como sempre, sua coerência metodológica, sua postura política e sua análise lúcida do passado e do presente, o autor nos brinda com 22 ensaios para pensarmos a cultura e a sociedade do século passado. Historiador do período contemporâneo, Hobsbawm soube explorar questões como o trabalhismo, a cultura, a invenção das tradições, o pensamento marxista, a história do capitalismo e suas ações perante as pessoas comuns, com sensibilidade e ousadia, em obras que marcaram profundamente nosso entendimento das sociedades do passado e do presente, e ainda nos instigando a pensar o século XXI. E seu último livro não deixa de trazer essas questões ao pensar a cultura erudita, a cultura burguesa e a ação dos judeus, ciência e religião, bem como o artista e o caubói norte-americano (como uma tradição inventada). Referência: HOBSBAWM, E. J. Tempos fraturados: cultura e sociedade no século XX. SP: Cia das Letras, 2013.

Uma "nova" LEITURA da obra de Machado de Assis

Em Machado de Assis: por uma poética da emulação, publicado pela Civilização Brasileira em junho deste ano, João Cezar de Castro Rocha, estudioso da obra de Machado, nos propõe uma nova leitura da obra machadiana, por meio da ideia de "poética da emulação", ou seja, uma estratégia de usar não apenas da imitação, mas do passado e da referência a certas obras, com a meta de reutilizando-as lhes dar simultaneamente novos significados. E, para ele, seria justamente isso que teria feito com que o Machadinho se tornasse o "Machado de Assis", que todos conhecem, passando de uma primeira fase subserviente ao cânone instituído, para uma segunda fase, que se abre com "Memórias póstumas de Brás Cubas", cheio de ousadia e coberto de irreverência. Essa é a meta de João Cezar: mostrar-nos de que maneira o contexto, a recepção de certas obras e autores, juntamente com a insatisfação de Machado perante sua própria obra, o instigou a efetuar uma verdadeira reavaliação de seus textos e de sua postura perante a literatura, permitindo-lhe avançar com ousadia e irreverência em seus escritos. Mas, como não deixa de indicar, tal processo não se fez de modo abrupto e sem ligação com a fase anterior, pois muitas das temáticas experimentadas na segunda fase, teriam sido amplamente gestadas na fase anterior. Referência: ROCHA, J. C. C. Machado de Assis: por uma poética da emulação. RJ: Civilização Brasileira, 2013.

Os pensadores que inventaram o Brasil para FHC

Acaba de ser publicada pela editora companhia das letras o novo livro de Fernando Henrique Cardoso, no qual aborda o pensamento social brasileiro, e em suas palavras, os pensadores que inventaram o Brasil. Foi com esse objetivo, isto é, de demonstrar como as obras de certos autores nos ajudaram a pensar o Brasil, que FHC passou a analisar o perfil e a obra de Joaquim Nabuco, Euclides da Cunha, Paulo Prado, Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Jr., Antonio Candido, Florestan Fernandes, Celso Furtado e Raymundo Faoro, ao longo de 18 textos (antigos e atuais, publicados e inéditos). Entre esses textos, a obra conta com a instigante análise que deu nome ao volume, que foi sua conferência de 1993, na qual abordava as obra de Sérgio Buarque, Freyre e Prado Jr., como pensadores que inventaram o Brasil. Por fim, o volume traz ainda o posfácio de José Murilo de Carvalho, em que avalia os textos e traz bela contribuição para o seu entendimento. Referência: CARDOSO, F. H. Pensadores que inventaram o Brasil. SP: Cia das Letras, 2013.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Novos títulos da coleção História e Historiografia

Acaba de ser publicado os números 8 e 9 da coleção História e historiografia, da Editora Autêntica. Foram eles: Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo, de François Hartog; e A identidade nacional: um enigma, de Marcel Detienne. Para saber mais, ver: http://grupoautentica.com.br/autentica/a_identidade_nacional_um_enigma/895; http://grupoautentica.com.br/autentica/regimes_de_historicidade_-_presentismo_e_experiencias_do_tempo/866

sábado, 2 de março de 2013

Teoria da História e história do ofício de historiador

Acaba de ser lançada pela Editora Vozes o quinto volume da série Teoria da História de José D'Assunção Barros, no qual trata do "movimento dos Annales" e da "Nova história". Também foi publicado o segundo volume da série Os historiadores, organizado por Maurício Parada. No volume são analisados autores como: Tocqueville, Droysen, Michelet, Leopold von Ranke, Burckhardt, Marx, Croce, Collingwood, Huizinga, Pirenne, Febvre, Bloch, Braudel, Thompson. Outro título publicado foi o livro: Teoria da História, de Dagmar Manieri, no qual procura analisar a gênese dos conceitos centrais para a escrita da história, como: temporalidade, revolução, progresso, Estado, etc. Para maiores informações, consultar: http://www.universovozes.com.br/editoravozes/web/view/CatalogoVozes.aspx?assuntoID=170

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O ofício de historiador em Francisco Falcon

Pioneiro nas discussões sobre a história cultural e a história das ideias no Brasil, a versatilidade e a originalidade da obra de Francisco Falcon, ganham com este Francisco Falcon: o ofício de historiador, organizado por Maria Emilia Prado e Oswaldo Munteal a devida homenagem. Publicado no final do ano passado pela editora Revan, a obra dá ênfase a trajetória do autor, seus diálogos e a produção de sua obra, destacando a importância de seu livro A época pombalina, assim como de sua produção relativa a teoria e a história da historiografia, que, aliás, finalmente tem sido reunida em livro pela editora Hucitec (como destacamos em postagem anterior), que está para lançar o segundo volume de textos reunidos. Além disso, a obra reune listas de todas as orientações de Falcon, assim como mostra pontos interessantes do desenvolvimento da historiografia brasileira na segunda metade do século passado, e suas relações com a historiografia portuguesa.