Em
setembro de 2012 sairá pela Editora Paco Editorial o livro Linguagem,
cultura e conhecimento histórico: ideias, movimentos, obras e autores, de
Diogo da Silva Roiz. Para que o leitor possa acompanhar desde agora algumas das
características da obra, segue pequeno resumo abaixo:
Como
Quentin Skinner respondeu ao desafio do linguistic
turn ao contextualismo linguístico inglês? De que maneira os historiadores
se posicionaram, quando, a partir dos anos 1960, se tornou mais corriqueira a
evidência de uma relação ambígua no campo dos estudos históricos, ao ser
situado entre a ‘ciência histórica’ e a ‘arte narrativa’? Ao mesmo tempo, como
os historiadores responderam as indagações lançadas, de um modo mais
sistemático, pela ‘virada linguística’, e pela obra de Hayden White, as suas
estratégias de reconstituição do passado, aos seus princípios de realidade, as
suas assertivas quanto à verdade e ao uso que faziam das fontes textuais para
interpretarem as peculiaridades e as características de um dado contexto
histórico? Por outro lado: como as fontes literárias podem ser utilizadas na
pesquisa histórica? Como a obra de um romancista (a exemplo de Franz Kafka)
pode servir de base para a análise de um ou vários contextos, e que relações se
formariam entre texto e contexto? Como os historiadores (a exemplo de Georges
Duby) fizeram uso das fontes literárias? Essas foram às indagações que
nortearam as reflexões contidas neste livro.
“Em um
primeiro plano, os ensaios reunidos na obra Linguagem,
cultura e conhecimento histórico: ideias, movimentos, obras e autores
problematizam o debate sobre os limites entre a Literatura e a História,
concentrando-se na segunda metade do século XX, e reconstituindo com
desenvoltura e lucidez os argumentos de seus protagonistas, como Carlo
Ginzburg, Peter Burke, Quentin Skinner, Paul Ricoeur, Reinhart Koselleck, Jörn
Rüsen, dentre outros. Em um plano subjacente, os ensaios podem ser encarados
como um mapeamento dos temas e dos autores de maior impacto no cenário
acadêmico brasileiro das últimas décadas. A capacidade de síntese de Diogo Roiz
demonstrada nestas páginas gera subsídios para uma avaliação crítica sobre a
pertinência do debate entre Literatura e História nos dias de hoje, bem como a
uma indagação sobre seus rumos no futuro – tendências que
são ligadas à própria formação do campo dos estudos em História da Historiografia
e Teoria da História no Brasil.”
Thiago
Nicodemo
(Professor visitante na UFES)
“Este
livro de Diogo Roiz escrutina um tema candente em inúmeras reflexões
historiográficas contemporâneas, centradas no debate em torno da narrativa
histórica e das relações entre a História e a Literatura”
Julio Bentivoglio (Professor da UFES, do Prólogo).
"Diogo
Roiz traz, no presente livro, um panorama atual dos debates sobre uma
pseudo-oposição entre História e Literatura, que alimentou não poucos autores,
desde as reações céticas do século 19 quanto à cientificidade da História,
dentre as quais se destaca a de Nietzsche. Roiz tem o mérito da erudição e do
equilíbrio na apresentação dessas polêmicas. Indica os principais pontos de
referência da discussão contemporânea e suas raízes na tradição filosófica.
Roiz aponta para o dilema da História, enquanto contraposta ou aliada à
Literatura, que submete à reflexão do leitor: ou manter-se como especialidade
independente, ou morrer diluída em outros campos".
Estevão Rezende Martins (Professor titular na UnB, da
Apresentação)
“Ademais,
trata-se de um trabalho que tem como méritos, entre outros, o ser atual.”
Jurandir Malerba (Professor da PUC/RS, do
Prefácio).
Segue
abaixo o sumário do livro:
Prólogo (Julio Bentivoglio)
Apresentação (Estevão Rezende
Martins)
Prefácio (Jurandir Malerba)
Introdução e agradecimentos
Parte I – História e Literatura
1. Linguagem e cultura: o desafio
do ‘linguistic turn’ ao contextualismo inglês
2. O ofício dos historiadores:
entre a ‘ciência histórica’ e a ‘arte narrativa’
3. A reconstituição do passado e o texto literário: a resposta dos
historiadores à ‘virada linguística’
Parte II – Literatura e História
4. Os ‘prêmios’ e os ‘castigos’
do cativeiro entre Portugal e Brasil: as relações entre ‘escravos’ e ‘senhores’
nas peças teatrais dos séculos XVIII e XIX
5. As metamorfoses de uma obra:
leitores e leituras dos textos de Franz Kafka (1883-1924
6. Literatura e leituras do milenarismo em Georges Duby (1919-1996
Epílogo
Apêndice
Referências Bibliográficas