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sábado, 16 de junho de 2012

História & Teoria

Com uma regularidade imprecionante de textos publicados em revistas especializadas e na forma de livros, José Carlos Reis (professor na UFMG) nos brinda com mais um título interessante: História & Teoria: tempo histórico, história do pensamento histórico ocidental e pensamento brasileiro, que acaba de sair pela Editora da Fundação Getúlio Vargas (a FGV). Apesar de não haver a indicação 2 no título, nitidamente o autor dá continuidade aos estudos de História & Teoria: historicismo, modernidade, temporalidade e verdade, publicado pela mesma editora em 2003 (e que já está em sua terceira edição). Convém, de imediato, indicar que a obra de José Carlos Reis já é bem extensa, das mais ricas publicadas no Brasil dos anos 1990 para cá na área de teoria e metodologia da História, e em que se encontram: Nouvelle Histoire e tempo histórico. A contribuição de Febvre, Bloch e Braudel (São Paulo: Ática, 1994); Tempo, História e Evasão (Campinas/São Paulo: Papirus, 1994); Annales: a renovação da história (Belo Horizonte: Editora da Ufop, 1996); A História: entre a filosofia e a ciência (São Paulo: Ática, 1999, 2ª Edição); As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC (Rio de Janeiro: FGV, 1999); Escola dos Annales. A inovação em História (São Paulo: Paz e Terra, 2000); Wilhelm Dilthey e a autonomia das ciências histórico-sociais (Londrina: Eduel, 2003); As identidades do Brasil 2 (Rio de Janeiro: FGV, 2006);O desafio historiográfico (Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010); e História da “consciência histórica” ocidental contemporânea: Hegel, Nietzsche, Ricoeur (Belo Horizonte/MG: Autêntica, 2011). Alguns desses livros já tiveram várias edições, como é o caso de As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC que já está em sua 9ª Edição, o que por si só deve ser saudado, pois, este é um campo de pesquisa em que normalmente as obras publicadas não contam com tamanha aceitação pelo público, especialmente, o de não especialistas.
Nesse novo livro, José Carlos Reis nos oferece um rico painel sobre a história da historiografia e a teoria da história desde o século XIX até meados do XXI, tendo em vista, especialmente, as obras de Paul Ricoeur, Fernand Braudel, Claude Lévi-Strauss, Henri Berr, Dilthey, Weber e Marx. Além de efetuar ricas comparações e distinções entre cada um deles, o autor procura pensar tanto a história do pensamento histórico ocidental, quanto a do pensamento brasileiro. De modo que é de saudar mais esta obra do autor, e que vem acrescentar questões e análises sobre a teoria e a história da historiografia, inclusive, a nacional.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

As transferências culturais na historiografia brasileira: leituras e apropriações do movimento dos Annales no Brasil


Em Agosto de 2012 estará disponível o livro: As transferências culturais na historiografia brasileira, de autoria de Diogo da Silva Roiz e Jonas Rafael dos Santos, publicado pela Editora Paco Editorial. Abaixo deixamos alguns pontos do livro para que o leitor já possa ter um primeiro contato com a obra:

"O principal objetivo desta pesquisa é estudar algumas leituras, interpretações e apropriações que foram feitas no Brasil sobre o movimento dos Annales, que teve origem na França em 1929, com a criação da Revista Annales d’Histoire Economique et Sociale, efetuada por Marc Bloch (1886-1944) e Lucien Febvre (1878-1956), e que ao longo dos anos reuniu intelectuais de várias partes do mundo. Para empreender esta análise, abordou-se o surgimento da revista na França e os desdobramentos de suas fases, sua repercussão em outros países, e a maneira como foi recebida no Brasil, a partir dos anos iniciais da década de 1930, em função da cooperação estabelecida entre Brasil e França, por meio da ‘missão francesa’ e a vinda de profissionais franceses (e de outros locais da Europa), para contribuirem com o desenvolvimento das ‘novas’ áreas do conhecimento criadas no Brasil, com a fundação das primeiras universidades do país. Daí os questionamentos: a) qual a contribuição do movimento dos Annales para a renovação dos estudos históricos no século XX?; b) e quais leituras, interpretações e apropriações foram feitas desse ‘movimento intelectual’ no Brasil?" (Da introdução).

"Diogo da Silva Roiz e Jonas Rafael dos Santos nos apresentam, com esta obra sobre a Escola dos Annales e sobre a historiografia brasileira, um conjunto de cuidadosos estudos que versa simultaneamente sobre a nossa historiografia e sobre este movimento de historiadores franceses que teve e tem tanta importância para a formação dos historiadores brasileiros. Como se sabe, um dos maiores vínculos historiográficos do Brasil se estabeleceu com a França, em um contexto que remonta à estadia de Fernand Braudel e outros intelectuais franceses no Brasil durante os anos 1930. De lá para cá, os vínculos historiográficos entre Brasil e França se fortaleceram cada vez mais, e o movimento dos Annales, em particular, tornou-se emblemático para os historiadores brasileiros. É neste sentido que é mais do que oportuna esta obra, que se dedica a estudar as “leituras e apropriações do movimento dos Annales no Brasil”, entre outras temáticas relacionadas a este famoso movimento historiográfico. Trata-se de um meticuloso conjunto de trabalhos de historiografia que se apóia em fontes diversificadas, ora analisadas serialmente, ora qualitativamente, e que, além de dialogar com a historiografia nacional e internacional que têm tangenciado as mesmas temáticas, é bem sucedido em problematizar esta complexa relação entre as historiografias francesa e brasileira". (José d'Assunção Barros, do Prefácio).

"Como explicar, então, a recepção dos Annales no Brasil? Como justificar sua longevidade, após os anos 1980? A resposta a estas questões inspirou a pesquisa de Diogo da Silva Roiz e de Jonas Rafael dos Santos. [...] Ricamente documentado, este livro apresenta a densidade e o rigor de uma pesquisa, que percorre diferentes obras (francesas e brasileiras), tentando questionar sobre a inexistência de teorias historiográficas realmente adaptadas à realidade nacional." (Helenice Rodrigues da Silva, da Apresentação).

"O leitor será surpreendido com o capítulo “Da França para o Brasil” ao se deparar com a análise da recepção do Marxismo e da ‘Nova História Cultural’ no Departamento de História da UNESP, campus de Franca. Diogo Roiz e Jonas Santos fizeram um mapeamento minucioso a respeito da formação de 15 docentes desse Departamento a partir dos temas das dissertações, das teses de doutoramento, das teses de Livre-Docência, dos trabalhos orientados no âmbito da Pós-Graduação, de memoriais e entrevistas. Conseguiram adentrar um espaço que combina formações marcadamente marxistas e grande apreço à história proposta por Braudel, com a leitura “abrasileirada” que esses docentes fizeram da ‘Nova História Cultural’. Ao leitor iniciante esse texto instigará pelos problemas propostos e pelo grande mérito de reunir uma bibliografia já consagrada e novas interpretações a respeito dos Annales, servindo assim, como um guia de estudos, e ao experiente leitor surpreenderá pela dedicação a um corpus documental ainda pouco explorado." (Karina Anhezini, do Prólogo)


O livro está assim dividido:

Sumário:

Prólogo (Karina Anhezini)
Apresentação (Helenice Rodrigues da Silva)
Prefácio (José D’Assunção Barros)

Introdução e agradecimentos
Capítulo – 1:
A invenção de uma tradição: “A Escola dos Annales
Capítulo – 2:
A interpretação da “História total” no pensamento de Fernand Paul Braudel entre 1949 e 1958 
Capítulo – 3:
Limites e possibilidades de pesquisa entre a "História das Mentalidades" e a "Nova História Cultural"  
Capítulo – 4:
A recepção da ‘Escola dos Annales’ na Europa e nas Américas: algumas reflexões
Capítulo – 5:
Os Annales no Brasil: a intitucionalização do ensino universitário de  Geografia e História na FFCL/USP entre 1934 e 1956
Capítulo – 6:
Historiadores Brasileiros e Franceses: uma hipótese para a recepção da ‘Escola dos Annales’ no Brasil
Capítulo – 7:
Da França para o Brasil: leituras e apropriações do Marxismo e da ‘Nova História Cultural’ num departamento de História

Epílogo:
Como os historiadores escrevem a(s) (suas) história(s)
Apêndice
Fontes e Referências Bibliográficas

A virada

Depois de a Companhia das Letras ter publicado a tradução do livro: COMO SHAKESPEARE SE TORNOU SHAKESPEARE, de  Stephen Greenblatt, a editora está preparando para lançar no final deste mês o livro: A VIRADA - O nascimento do mundo moderno, no qual o autor revê o nascimento da modernidade, com base na recepção da obra-prima de Lucrécio, o poema Da natureza, até então dado como perdido.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

História do Brasil Nação: 1808-2010

Acaba de ser publicado o segundo volume da coleção História do Brasil Nação: 1808-2010, sob a direção de Lilia Schwarcz. O volume ficou sob a coordenação de José Murilo de Carvalho e versa sobre A construção nacional: 1830-1889. Nele encontram-se os sugestivos textos de Sidney Chalhoub, Leslie Bethell, João Antônio de Paula, Alfredo Bosi e do próprio José Murilo de Carvalho, onde avaliam a população e a sociedade, a vida política, o Brasil no mundo, os processos econômicos e a cultura.

Referência completa:

CARVALHO, J. M. (org.) A construção nacional: 1830-1889. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.